Os rankings anuais de marketing mostram uma realidade favorável às grandes empresas quando o assunto são marcas mais valiosas. Organizações consolidadas no setor bancário e de bebidas costumam liderar a lista, que se reflete no desejo das pessoas por trabalhar nesses locais. Mas, de uns anos para cá, um movimento paralelo vem ganhando força e abrindo os horizontes sobre as perspectivas do “emprego dos sonhos”.
Esse movimento é liderado por pequenas e médias empresas “descoladas”, com ambições muitas vezes maiores que suas estruturas. O Brasil tem hoje mais de 10.000 startups, segundo a Associação Brasileira das Startups, que, excetuando um grupo seleto de companhias que alcançaram valor de mercado bilionário, são representadas por operações enxutas e ágeis com foco em processos inovadores. E esse modelo dá resultado.
As oportunidades valiosas do mercado de startups deram origem inclusive a um novo nicho de mercado, o das aceleradoras que vasculham o universo de boas ideias para investir dinheiro e conhecimento em troca de participação no negócio – já são mais de 40 delas no Brasil. Elas ajudam a impulsionar ideias capazes de mudar mercados tradicionais, movimentar a economia e, consequentemente, gerar empregos.
Segundo o Sebrae, as micro e pequenas empresas no Brasil são responsáveis por 27% do PIB – Produto Interno Bruto – e registram 52% dos empregos com carteira assinada – uma realidade positiva dado o alto índice de desemprego no País, que atinge quase 12% da população e mais de 12 milhões de pessoas.
Para o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, o bom desempenho dos pequenos negócios no Brasil se deve principalmente a três fatores: à melhoria do ambiente de negócios (em especial após a aprovação da modalidade tributária Supersimples, que reduziu impostos); ao aumento da escolaridade da população e à ampliação do mercado consumidor.
De acordo com o IBGE, no Brasil existem 25,8 mil pequenas empresas consideradas de “alto crescimento”, com crescimento médio do pessoal ocupado assalariado igual ou superior a 20% ao ano, por um período de 3 anos, e que tenham 10 pessoas assalariadas no ano inicial de observação. As principais atividades que elas exercem são: comércio e reparação de veículos; indústria de transformação, atividades administrativas e serviços complementares, construção, entre outros.
Além de representarem uma parcela considerável de toda a riqueza produzida no País, as micro e pequenas empresas podem oferecer possibilidades que uma grande corporação não proporciona. Por exemplo, uma maior visibilidade do trabalho em cargos menores e menor competitividade interna, melhorando o clima organizacional. Na prática, o acesso aos superiores – em alguns casos até ao dono do negócio – acontece com mais facilidade.
A boa notícia é que esse mercado está
aquecido. Os dados do Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados –
mostram que, no acumulado do primeiro trimestre do ano, as micro e pequenas
empresas somaram um saldo positivo de 180 mil novos postos de trabalho, apesar
do saldo negativo geral para o mês de março em comparação com o ano passado.
Já pensou que o seu próximo emprego pode estar
em uma micro/pequena empresa?
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